Após a paralisação de 72 horas, que se encerra hoje (13), contra a privatização da Eletrobras, os eletricitários vão manter a pressão sobre o Congresso Nacional para impedir aprovação do PL da privatização. A maior parte dos trabalhadores das unidades regionais das empresas de geração e transmissão da Eletrobras (Furnas, Eletronorte, Chesf e Eletrosul) permanece em greve mas, apesar da adesão maciça à paralisação, foram mantidas a prestação dos serviços essenciais e das unidades de manutenção emergencial, segundo o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE).
Felipe Araújo, diretor da Associação dos Empregados de Furnas (Asef), disse que os consumidores não serão prejudicados e isso não impedirá uma adesão muito grande à mobilização contra a privatização e pela saída do presidente da companhia, Wilson Ferreira Júnior, que trabalha para vender a estatal.
O ministro Mauricio Coutinho Delgado, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), havia determinado manutenção dos serviços de 75% em cada uma das empresas que compõem o sistema Eletrobras. O magistrado fixou multa, em caso de descumprimento, no valor de 100 mil reais por dia para as entidades.
As empresas instauraram dissídio coletivo na última sexta-feira (8), pedindo que o TST decretasse a abusividade do movimento e fixasse multa de 1 milhão de reais por dia. O ministro indeferiu o pedido de abusividade, cuja análise, segundo ele, será feita durante o processo. Ele avaliou que, formalmente, os sindicatos cumpriram os requisitos exigidos antes da deflagração de uma greve.
A Eletrobras, segundo dados da própria empresa, concentra 31% da capacidade brasileira de geração de energia – é a décima sexta companhia do mundo. Fechou 2017 com 22 mil 921 funcionários e 15 mil e 900 empresas fornecedoras. (pulsar/rba)