Há atualmente 54 jornalistas profissionais (53 homens e uma mulher) mantidos como reféns ao redor do mundo, segundo um relatório divulgado na terça-feira (15) pela organização internacional Repórteres Sem Fronteiras. O número representa um aumento de 35 por cento em relação ao mesmo momento do ano passado, quando havia 40 jornalistas na mesma situação.
Todos os 54 foram sequestrados em zonas de conflito armado; 91 por cento no Oriente Médio e 9 por cento no norte da África. Apenas quatro países concentram todos os casos de sequestro: 26 jornalistas na Síria, 13 no Iêmen, 10 no Iraque e cinco na Líbia.
Em 81 por cento dos casos, os profissionais são naturais dos países onde foram sequestrados. Segundo Christophe Deloire, secretário-geral da Repórteres Sem Fronteiras, uma indústria de reféns se desenvolveu em certas zonas de conflito. De acordo com ele, o fenômeno está, acima de tudo, ligado à grande onda de sequestros de jornalistas no Iêmen, onde 33 foram sequestrados por milícias houthi e pela Al-Qaeda em 2015, contra dois em 2014.
O principal grupo responsável pelos sequestros, de acordo com os dados do relatório, é o Estado Islâmico (EI), principalmente na Síria e no Iraque. Do total de jornalistas reféns no momento, 18 (ou um terço) foram sequestrados pelo EI.
O relatório indica ainda que existem oito jornalistas desaparecidos, cinco deles da emissora líbia Barqa TV. Em abril, autoridades da Líbia anunciaram ter encontrado os corpos dos jornalistas, mas, segundo a Repórteres Sem Fronteiras, não foram apresentadas evidências suficientes para verificar a identidade dos corpos, por isso os incluiu nos números de desaparecimentos.
Ainda de acordo com o relatório, existem 153 jornalistas profissionais presos atualmente, sendo cinco mulheres. O número representa uma queda de 14 por cento em relação a 2014, quando havia 178 presos. A China (com 23), o Egito (22), o Irã (18), a Eritreia (15) e a Turquia (9) são países com o maior número de jornalistas detidos. (pulsar/ opera mundi )