O Mato Grosso do Sul é o campeão nacional dos latifúndios, que representam 83 por cento dos terrenos privados do estado, segundo o Atlas Agropecuário, lançado pela Imaflora em parceria com o GeoLab, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). Apenas quatro por cento do território é formado por áreas protegidas.
Em nível regional, o Centro-Oeste desponta como o que mais concentra terras: 75 por cento de seu território corresponde a grandes propriedades. Levando-se em conta apenas as propriedades privadas, o percentual sobe um ponto.
O Atlas aponta que, em nível nacional, as grandes propriedades representam um percentual maior do território brasileiro do que os territórios protegidos (formado por áreas de conservação ambiental e terras indígenas). Segundo os dados, áreas maiores que 15 módulos fiscais representam 28 por cento do território nacional. O valor é maior do que o destinado à proteção, 27 por cento, ou à soma de pequenas e médias, 25 por cento.
Luis Fernando Guedes Pinto, do Imaflora, destaca duas questões sobre os dados encontrados: a concentração fundiária brasileira e a desigualdade da proteção pelo território no país.
O integrante da Imaflora destaca também o que considera um alto índice de terras públicas sem uso definido, cerca de dez por cento do território brasileiro, ou 89 milhões de hectares. A situação, segundo ele, gera um “problema ambiental, social e econômico”. (pulsar/brasil de fato)