Desde o dia onze de agosto os moradores da aldeia indígena de Cahy, no município de Prado, extremo sul da Bahia, estão sofrendo com os sucessivos ataques de pistoleiros. As agressões começaram após a identificação territorial, ocorrida no final de julho, pela Fundação Nacional do Índio (Funai).
De acordo com os indígenas, homens armados ameaçam e promovem atentados dentro da aldeia. J. Pataxó relata que durante a noite as crianças são colocadas nas caixas d’água na tentativa de proteger a integridade física dos membros mais jovens da tribo. Pataxó ressalta ainda que o medo é tanto que, as vezes, a única forma de se sentir mais seguro é sumindo no mato pela noite.
O conflito na Terra Indígena Mexatibá, em Prado, está longe de chegar ao fim. A área reconhecida como TI abriga assentamentos irregulares, fazendas, hotéis e resorts. Os indígenas afirmam que no meio de tantos interesses é difícil identificar de onde tem partido a ordem para os ataques. A população tradicional pede proteção e investigação por parte da Polícia Federal.
Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), um documento foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF) relatando a situação e solicitando às autoridades providências quanto à proteção da comunidade. A Polícia Civil esteve no local para realizar uma perícia técnica. A Funai visitou a aldeia e ainda não informou quais medidas serão tomadas para garantir a proteção da aldeia. (pulsar)
*Com informações do Cimi