O Conselho Nacional Eleitoral do Equador confirmou a vitória de Lenín Moreno – apoiado pelo atual presidente Rafael Correa –, com 51 por cento dos votos válidos, contra 49 por cento do candidato da oposição Guillermo Lasso.
Um pouco antes da divulgação dos primeiros dados oficiais confirmando sua vantagem, Moreno afirmava ter certeza na vitória. O candidato do atual líder do país prometeu que será o presidente de todos os equatorianos.
O candidato governista sustentou ainda: “A revolução continua”, em alusão ao avanço dos programas sociais que marcaram os dois mandatos de Rafael Correa, à frente do governo desde 2007. Rafael Correa ressaltou via Twitter a vitória de sua coligação, Aliança Pais: “A revolução voltou a triunfar. A direita foi derrotada, apesar de seus milhões e de sua mídia”.
Durante o dia, o opositor Guillermo Lasso tentou se apresentar como vencedor, afirmando, em Guaiaquil – maior cidade do país e sua base eleitoral –, que “a partir de hoje há um presidente que promoverá a unidade nacional”. Falando como virtual vencedor, Lasso afirmou que não descansaria até “jogar no lixo da história a Lei das Comunicações”. A lei, entre outras coisas, proíbe que banqueiros como Lasso sejam donos de canais de comunicação.
Na semana que antecedeu o segundo turno, de quatro institutos de pesquisa, três apontavam favoritismo de Moreno. Desde então, a oposição vinha desqualificando o processo eleitoral. No decorrer deste domingo (2), alguns institutos previam vitória de Lasso. Com base nisso, o banqueiro tentou minimizar a vitória do candidato da esquerda e conclamou os equatorianos a irem às ruas.
Qualquer semelhança com o que fez Aécio Neves em 2014 não é coincidência. A diferença é que enquanto o Brasil elegeu o Parlamento mais conservador desde a ditadura, no Equador as forças progressistas ainda sustentaram maioria no Legislativo. No primeiro turno, Lenín Moreno ficou a 0,7 ponto percentual de vencer sem a necessidade de novo escrutínio, obtendo 39,3 por cento dos votos, ante 28,1 por cento de Lasso.
Moreno foi vice-presidente do Equador durante os dois mandatos de Rafael Correa e baseou sua campanha na continuidade dos projetos de inclusão social e distribuição de renda implementados nos últimos dez anos com a Revolução Cidadã. Seu opositor, Guillermo Lasso é um reconhecido banqueiro, de uma das famílias mais ricas do país, e propunha redução do Estado, diminuição de juros e fortalecimento do mercado. (pulsar/rba)