Mais de 15 mil cientistas de 184 países publicaram na última segunda-feira (13) um alerta sobre as ameaças ao meio ambiente. A declaração é o segundo aviso dos pesquisadores. O primeiro foi publicado em 1992 e assinado por mil e 700 especialistas, incluindo a maioria dos premiados pelo Nobel então ainda vivos.
Na carta, intitulada “Alerta dos cientistas do mundo para a Humanidade: segundo aviso”, os pesquisadores destacam que, nos últimos 25 anos, todas as ameaças para o meio ambiente cresceram de forma extrema. O texto cita, particularmente, o aumento de 35 por cento da população mundial desde 1992 e destaca a redução de 29 por cento do número de mamíferos, répteis, anfíbios, aves e peixes.
Além do aumento populacional, o texto cita ainda como ameaças o aquecimento global, as constantes emissões de CO2 geradas pelo uso de combustíveis fósseis, as práticas agrícolas não sustentáveis, o desmatamento, a falta de água doce, a perda de vida marinha e as crescentes zonas mortas dos oceanos.
Como resultado das atividades humanas, o alerta aponta o desencadeamento de um evento de extinção em massa, o sexto em cerca de 540 milhões de anos, em que muitas formas de vida atuais podem ser aniquiladas ou, ao menos, estar fadadas à extinção até o final deste século.
O alerta vale também para a perda de mais de 120 milhões de hectares de floresta, convertidos na maior parte em terrenos agrícolas, e para um aumento acentuado das emissões de dióxido de carbono e da temperatura média do planeta.
Thomas Newsom, professor universitário australiano e um dos autores da declaração, diz que os signatários do aviso avaliaram a evolução da situação nas últimas duas décadas e as respostas humanas, com base nos dados oficiais existentes.
Os cientistas salientam, no entanto, que ainda é possível reverter essas tendências para que os ecossistemas recuperem a sustentabilidade. A carta destaca 13 medidas a serem seguidas para promover uma mudança. Uma delas é a ampliação de programas de planejamento familiar com acesso a métodos contraceptivos.
Outras medidas incluem o incentivo de uma dieta mais baseada em plantas e considerando as energias renováveis, além da eliminação de subsídios para combustíveis fósseis. A carta propõe ainda a correção da desigualdade de renda e dos preços, que deveriam levar em conta os custos reais que os padrões de consumo impõem ao meio ambiente.
Os cientistas recomendam também a criação de reservas naturais terrestres e marinhas, leis mais fortes contra a caça furtiva e mais restrições ao comércio de produtos da vida selvagem. (pulsar/opera mundi)