O Diário Oficial da União publicou nesta quinta-feira (24) decreto do presidente Michel Temer que extingue a Reserva Nacional de Cobre, uma área de quase cinco milhões de hectares no Pará e no Amapá. O território é maior que a Suíça, a Holanda ou a Dinamarca. O decreto 9.142, que revoga seus antecedentes de 1984 e 1985, foi assinado também pelos ministros das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e Sergio Westphalen Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional.
O texto diz que a extinção “não afasta a aplicação de legislação específica sobre proteção da vegetação nativa, unidades de conservação da natureza, terras indígenas e áreas em faixa de fronteira”. Para a organização WWF, porém, a medida coloca em risco nove áreas protegidas, entre elas as Terras Indígenas Waiãpi, no Amapá, e Rio Paru d`Este, no Pará.
As demais áreas que podem ser afetadas são o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, as Florestas Estaduais do Paru e do Amapá, a Reserva Biológica de Maicuru, a Estação Ecológica do Jari, a Reserva Extrativista Rio Cajari e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Iratapuru.
O WWF Brasil divulgou, em julho, relatório sobre os impactos prováveis dessa área para a exploração de minérios. O diretor-executivo da organização, Maurício Voivodic, falou em “explosão demográfica, desmatamento, comprometimento dos recursos hídricos, perda de biodiversidade, acirramento dos conflitos fundiários e ameaça a povos indígenas e populações tradicionais”. (pulsar/de olho nos ruralistas)