Entre janeiro de 2014 e junho de 2015, 721 presos morreram dentro das 163penitenciárias do estado de São Paulo. Do total de mortes, 661 foram classificadas como “mortes naturais” pela Secretaria de Administração Penitenciária do estado. Os dados também informam que durante os 18 meses houve 21 homicídios e 39 suicídios nas penitenciárias paulistas.
De acordo com Valéria Balassoni, presidenta do Conselho de Comunidade de São Paulo, órgão responsável por inspecionar os presídios da capital, o termo “morte natural” leva a entender que o óbito ocorreu por velhice, mas a realidade é outra. Balassoni afirma que as visitas às penitenciárias mostram que as mortes são decorrentes da falta de atendimento médico.
Atualmente, o sistema carcerário de São Paulo possui 225 mil detentos e quase 40 por cento está preso provisoriamente, sem que tenham sido julgados e condenados.
O assessor jurídico da Pastoral Carcerária, Francisco de Barros Cruzeiro, denuncia as péssimas condições nas cadeias paulistas. Segundo ele, o sistema é superlotado e não existem muitos recursos em termos de educação e trabalho. Faltam médicos e ressocialização é mais um discurso do que uma prática.
Para Valéria Balassoni, a superlotação também influencia no aumento de violência. Ela lembra que há celas projetadas para 12 presos, mas ocupadas por 60 pessoas.
Os dados foram obtidos pela Ponte Jornalismo, por meio da Lei de Acesso à Informação. (pulsar/rba)