O Brasil registrou 11.433 mortes por suicídio em 2016. A informação faz parte do segundo boletim epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (20) pelo Ministério de Saúde no mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, “Setembro Amarelo”.
Fátima Marinho, diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis e Promoção da Saúde (DANTPS), estima que o número pode ser 20 por cento maior devido à subnotificação dos registros. Os dados apresentados são do Instituto Médico Legal e boletins policiais, mas há registros de mortes que são classificadas como não determinadas, não sendo possível afirmar se foi um acidente ou algo intencional para por fim à vida.
Apesar do governo estimar uma subnotificação, esta já é a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, sendo a terceira causa de morte entre os homens e a oitava entre as mulheres. É o que indica o segundo boletim divulgado pelo governo.
Em 2016, a taxa de mortalidade por suicídio no Brasil foi 5,8 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2007, a proporção era 18 por cento menor, 4,9 mortes a cada 100 mil habitantes.
No recorte raça e cor, os indígenas correspondem ao grupo com maior risco. Entre 2011 e 2015, a média da taxa de mortalidade por suicídio para cada 100 mil indígenas foi de 15,2. Taxa quase três vezes superior a de brancos, que foi de 5,9, e negros 4,7. Chama atenção que a concentração de mortes nas populações originárias teve maior incidência entre jovens de 10 e 19 anos.
De 2007 a 2017 foram registradas 153.745 tentativas de suicídio, 76 por cento eram mulheres abaixo dos 40 anos. São elas também que iniciam mais cedo, na faixa entre 10 a 15 anos e tendem a diminuir a partir dos 45 anos. O inverso do que ocorre com os homens, a tendência das tentativas foi observada na fase mais madura, entre 50 anos e 65 anos.
Das regiões com maior notificação de tentativas por intoxicação a Sudeste representa 49 por cento, e a Sul 25,1 por cento – onde se concentra a maior taxa de suicídios do País.
No final do primeiro semestre deste ano, as ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV) passaram a ser gratuitas em todo o país, após convênio assinado pelo Ministério da Saúde. O serviço está disponível por meio do telefone 188. Todas as ligações são sigilosas. (pulsar/brasil de fato)