Dados da movimentação financeira de Fabrício Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), indica que ao menos uma assessora depositou quase todo o salário recebido na Alerj, em determinado período sob investigação no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), no esquema que engrossou o caixa do filho de Jair Bolsonaro (PSL). A funcionária em questão é Nathalia Melo de Queiroz, filha de Fabrício. Ela transferiu quase 98 mil reais da Alerj para o pai em “movimentação financeira atípica” investigada pelo Coaf . As informações são do jornal o Estado de S.Paulo (Estadão).
Segundo a reportagem, o total transferido por Nathalia no esquema de nomeações de Flávio Bolsonaro corresponde a 99 por cento do pagamento líquido feito pela Alerj à assessora em janeiro de 2016, segundo registros da folha salarial daquela Casa.
Nathalia trabalhou na Alerj de setembro de 2007 a dezembro de 2016. Depois foi trabalhar como assessora no gabinete parlamentar do hoje presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), na Câmara dos Deputados. Foi exonerada em 15 de outubro, mesmo dia em que seu pai foi desligado do gabinete de Flávio. Oficialmente, o motivo foi a aposentadoria de Queiroz como PM (policial militar). Reportagem publicada nesta sexta-feira, 14, pela Folha de S. Paulo mostrou que Nathalia, enquanto era funcionária, trabalhava como personal trainer no Rio, em horários em que deveria estar cumprindo jornada como assessora parlamentar, que é remunerada com dinheiro público.
A partir de janeiro, quando Jair Bolsonaro assume a Presidência da República, o Coaf, que já tem dado muita dor de cabeça para os membros do governo eleito, ficará sob comando do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro.
A reportagem do Estadão aponta ainda que outra servidora de Flavio Bolsonaro que repassou a Queiroz grande parte do que recebeu foi Márcia Oliveira de Aguiar, mulher do ex-assessor. Os valores somam mais de 52 mil e ainda há informações de repasses de outros servidores.
O senador eleito alega não ter cometido nenhuma irregularidade e que seus assessores se explicarão às autoridades competentes. Por sua vez, Jair Bolsonaro transferiu para Fabrício de Queiroz – que teve uma movimentação atípica de um milhão e 200 mil reais como assessor de Flávio identificada pelo Coaf – a responsabilidade de esclarecer seus registros financeiros. Fabrício ainda não deu nenhuma declaração sobre o caso e também não responde a chamados de reportagens de diversos veículos de comunicação. (pulsar/rba)