O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) identificou os responsáveis pela extração ilegal de mais de sete mil toras de madeira da Terra Indígena (TI) Pirititi, no sul de Roraima, apreendidas pelo Instituto em abril deste ano. O furto danificou mil 372 hectares de floresta nativa da Amazônia. Os agentes ambientais aplicaram oito autos de infração, que totalizam cerca de 15 milhões, contra duas madeireiras e dois proprietários rurais. Na ocasião, foram apreendidos quase 16 mil metros cúbicos de madeira em tora, o maior volume registrado em uma operação no estado.
Após a apreensão, a fiscalização na região foi reforçada com agentes ambientais de outros estados, que receberam apoio do Exército e da Companhia Independente de Policiamento Ambiental (CIPA) de Roraima. A operação resultou na identificação de outros focos de desmatamento ilegal nos municípios de Rorainópolis e Caracaraí. O volume de maçaranduba, cupiúba, angelim ferro e angelim pedra extraído na região é estimado em 19 mil metros cúbicos, totalizando quase 35 no estado.
Cinco madeireiras e quinze pessoas foram autuadas nesta segunda fase e as multas somam 13 milhões e meio. As toras extraídas ilegalmente seriam usadas para abastecer serrarias em Rorainópolis.
De acordo com o coordenador de Operações de Fiscalização, Roberto Cabral, “As árvores cortadas tinham destino certo. A investigação apontou quem são os criminosos responsáveis pela destruição do patrimônio natural dos índios”. Segundo ele, a operação, comandada pela Diretoria de Proteção Ambiental, será intensificada até que se verifique a regularidade de todas as madeireiras do estado.
O Ibama define com o Ministério Público Federal (MPF) a destinação da madeira, que pode ser levada a leilão judicial.
Com 40 mil hectares, a Pirititi abriga índios isolados. Portaria da Fundação Nacional do Índio (Funai) impede o acesso à terra indígena sem autorização da Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recém Contatados. (pulsar/combate racismo ambiental)