A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro vai denunciar a Prefeitura por praticar uma suposta política de “higienização” na cidade. Segundo o órgão, pessoas em situação de rua vêm sendo expulsas de forma truculenta dos locais públicos em que costumam ficar. O objetivo seria escondê-las dos turistas durante a Olimpíada. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) nega responsabilidade em eventuais arbitrariedades.
Para apurar a situação, o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) da Defensoria criou o projeto Ronda DH, em parceria com a Defensoria Pública da União, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil e outras instituições. A ronda circula pelas ruas e coleta depoimentos por meio de questionários, que contêm perguntas objetivas sobre abusos e abrigo compulsório.
Os cerca de 50 questionários reunidos registram depoimentos de pessoas que dizem ter sido retiradas à força, tido seus pertences recolhidos e sido tratadas, muitas vezes, de forma agressiva. Segundo os dados da Defensoria, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) é responsável por 49 por cento das violações cometidas contra a população de rua, seguida pela Guarda Municipal, com 17 por cento, e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, com 14 por cento.
Segundo a defensora Carla Beatriz Nunes Maia, as denúncias de violação aumentaram no mínimo 60 por cento desde o início do ano. Uma ronda recente feita por locais no entorno do centro em que a população em situação de rua costuma ficar, como Arcos da Lapa, Carioca e Passeio Público, não encontrou ninguém. (pulsar)
*Com informações do Uol Olimpíadas