No dia 18 de maio de 1973, Araceli, uma menina de oito anos, foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo. A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”. Nesta segunda-feira (18), o desparecimento da menina completa 42 anos e a impunidade do crime é lembrada em diversas atividades para discutir o tema no país.
De acordo com especialistas, o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes passa, antes de tudo, pela necessidade de reconhecimento do problema. Com a chegada de centenas ou até milhares de trabalhadores a cidades que recebem grandes obras e empreendimentos, os casos de violação se tornam mais frequentes e complexos, mas precisam ganhar visibilidade para ser enfrentados.
A violência sexual praticada contra a criança e o adolescente envolve vários fatores de risco e vulnerabilidade quando se considera as relações de geração, de gênero, de etnia, de orientação sexual, de classe social e de condições econômicas. Nessa violação, são estabelecidas relações diversas de poder, nas quais tanto pessoas quanto redes utilizam crianças e adolescentes para satisfazerem seus desejos e fantasias sexuais e/ou obterem vantagens financeiras e lucros.
Este ano, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes ressaltaas inúmeras violações que os megaeventos esportivos sediados no Brasil e os empreendimentos de infraestrutura têm acarretado na vida de crianças, adolescentes, suas famílias e comunidade. Para o Comitê, a responsabilidade é tanto do poder público quanto da sociedade como um todo, e a campanha Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes é uma convocação para este enfrentamento. (pulsar)