Lideranças indígenas Guarani e Kaiowá de Caarapó poderão ser acusadas de incendiar uma viatura da Polícia Militar e desarmar policiais durante o massacre na reserva Tey'ikue, no Mato Grosso do Sul, que resultou na morte do agente de saúde indígena Clodiodi de Souza e deixou seis feridos. As informações estão em uma carta divulgada na última segunda-feira (4) pelo Conselho do Aty Guasu. Até agora, nenhum dos autores do crime que matou o indígena foi levado à prisão.
Os indígenas divulgaram uma carta aberta escrita durante o encontro do Conselho Aty Guasu, ocorrido na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá, na qual afirmam que se o Estado prender os Guarani e Kaiowá após o ocorrido, é sinal de desrespeito e a única saída será 'lutar em memória dos que morreram'. Ainda segundo a carta, os indígenas ameaçam fechar rodovias, retomar novas fazendas e destruir plantações, caso ocorra a prisão de alguma liderança.
De acordo com os relatos, os indígenas encontraram uma viatura da polícia militar dentro da reserva Teyi’kue nas proximidades de onde ocorreu o massacre. Um dos policiais foi reconhecido como participante do ataque e os agentes foram desarmados pela comunidade e entregues ao corpo de bombeiro, que prestava atendimento na área. A viatura policial foi incendiada, bem como um caminhão que levava uma colheitadeira – que, segundo os indígenas, havia tentado atropelar um Guarani Kaiowa.
Para entregar as armas, os indígenas exigiram a presença do Ministério Público Federal (MPF) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). (pulsar/brasil de fato)