O Rio de Janeiro completa neste mês um ciclo de dez anos de megaeventos esportivos, iniciado com os Jogos Pan-Americanos em 2007. Os impactos desses investimentos, feitos para turistas, trouxeram efeitos negativos para quem vive no estado. Segundo aponta estudo do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), o custo de vida aumentou, a concentração de riqueza também, assim como a dívida pública.
Sandra Quintela, coordenadora do instituto, afirma que os megaeventos criaram um custo absurdo e uma destruição enorme no estado, além de provocarem a remoção de 65 mil famílias.
De acordo com o relatório produzido pelo Instituto Pacs, houve um crescimento de 330 por cento da dívida pública na cidade, que passou de sete bilhões e 600 milhões de reais, em 2006, para quase 18 bilhões em 2015.
O alto custo de vida no Rio de Janeiro não é recompensado por acesso a serviços básicos, como saúde, educação e segurança. Os movimentos sociais defendem um maior engajamento da população para a auditoria da dívida contraída e das isenções fiscais às grandes empresas, concedidas em função dos eventos. De acordo com a coordenadora do Pacs, “A Odebrecht, por exemplo, foi uma das principais construtoras envolvidas nas obras e está envolvida em esquema de corrupção, então essa dívida não é legítima, pois ela foi contraída com muito desvio de dinheiro”. (pulsar/rba)