A violência contras mulheres foi tema de um protesto na tarde do último domingo (23) na capital paulista. As militantes se reuniram no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e seguiram em passeata pela Rua Augusta até a Praça Roosevelt. Com faixas e palavras de ordem, as manifestantes chamaram atenção para o alto número de feminicídios no país.
Maria das Neves, coordenadora de juventude da União Brasileira de Mulheres, explica que os feminicídios não se tratam de crimes passionais, não são homicídios apenas, são assassinatos que as vítimas sofrem por serem mulheres.
Para combater os assassinatos de mulheres, ela defende a divulgação da lei quequalifica o feminicídio como crime hediondo e delegacias da mulher que funcionem 24 horas. Segundo a ativista, o Brasil é um dos países com maior número de homicídios praticados especificamente contra mulheres.
A manifestação foi organizada em solidariedade a mobilização feita na Argentina após o assassinato de Lucía Perez, de 16 anos, em Mar del Plata. No dia oito de outubro, ela foi estuprada, torturada e morta. Na última quarta-feira (19), milhares de mulheres pararam suas atividades durante uma hora em uma greve geral contra o feminicídio, a violência de gênero e a discriminação contra a mulher no trabalho. No final da tarde, uma multidão, a grande maioria vestida de preto, reuniu-se em frente ao Obelisco – cartão-postal de Buenos Aires – e seguiram em passeata, sob chuva intensa, até a Praça de Maio, em frente ao palácio presidencial.
Segundo levantamento feito pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ocupa a quinta posição no ranking global de homicídios de mulheres entre os 83 países elencados. Fica atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
A estimativa feita pelo mapa, com base em dados de 2013 do Ministério da Saúde, alerta para o fato de que a violência doméstica e familiar é a principal forma de violência letal praticada contra as mulheres no Brasil. A cada sete homicídios de mulheres, quatro foram praticados por pessoas que tinham relações íntimas de afeto com a vítima.
Em solidariedade a uma séria de manifestações contra o feminicídio, está marcado para esta terça-feira (24) mais um ato. Desta vez a manifestação ocorre no Rio de Janeiro, às seis horas da tarde, com contração na Cinelândia. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil