A Polícia Federal (PF) desencadeou nesta sexta-feira (17) a Operação Carne Fraca, que investiga organização criminosa liderada por fiscais agropecuários federais e empresários do agronegócio. Entre os alvos, estão os frigoríficos JBS (Friboi), BRF (Sadia/Perdigão) e Seara. Cerca de 30 empresas são investigadas, incluindo fornecedoras dos grandes frigoríficos, que tiveram um bilhão de reais bloqueados pela Justiça Federal do Paraná.
Segundo a Polícia Federal (PF), servidores das superintendências regionais do Ministério da Pesca e Agricultura nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás “atuavam diretamente para proteger grupos de empresários em detrimento do interesse público”. Os fiscais se utilizavam dos cargos para, mediante propinas, facilitar a produção de alimentos adulterados por meio de emissão de certificados sanitários sem que a verificação da qualidade do produto fosse feita.
Com o certificados adulterados, os frigoríficos vendiam carne vencida para os mercados interno e externo. Ainda segundo a denúncia, carne estragada era disfarçada com ácido ascórbico e reembalada para a venda. Os fiscais utilizavam empresas fantasmas, como redes de fast-food, e imóveis em nome de laranjas para esconder o aumento de patrimônio conseguido com o esquema fraudulento.
Em entrevista coletiva, o delegado da Polícia Federal (PF), Maurício Moscardi Grillo, afirmou que o esquema também abastecia partidos políticos, principalmente o PMDB e o PP. (pulsar/rba)