Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2017 apontam que os erros de medicação causam pelo menos uma morte todos os dias e danos a cerca de 1,3 milhão de pessoas por ano no mundo. Estudos realizados no Brasil estimam a taxa de ocorrência de eventos adversos em 7,6%, considerando todas as internações hospitalares em um ano. O levantamento alerta para a necessidade da implementação de medidas preventivas aos chamados eventos adversos, ou seja, os danos desnecessários decorrentes do cuidado prestado aos pacientes.
Em 2013, o Brasil criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) para contribuir na qualificação do cuidado em saúde no território nacional, seguindo as orientações da OMS e o exemplo de diversos países, como os Estados Unidos, Canadá, Espanha, Austrália e Portugal.
Seis anos após a criação do Programa, ocorre o 1° Congresso Brasileiro para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente no Rio de Janeiro. O evento, promovido pela Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (SOBRASP), reunirá mais de mil participantes, entre profissionais dos vinte e seis estados e do Distrito Federal, entre quarta (5) e sexta-feira (7) no Hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, para debater e construir propostas para avançar numa área que ainda é um desafio para o Brasil.
De acordo com Victor Grabois, presidente da SOBRASP, o tema da Segurança do Paciente não se esgota nos serviços de saúde, estando presente em esferas como a mídia, no ensino superior e técnico, e no judiciário, que precisam também considerar seu papel na prevenção de eventos adversos no cuidado de saúde.
Para Grabois, as discussões propostas no encontro podem gerar avanços significativos no que tange, principalmente, ao entendimento de que a presença de eventos adversos, em sua maioria vinculados a “erros”, deve ser interpretada como decorrente, em sua grande maioria, de falências nos sistemas relacionados à atenção à saúde e não principalmente como resultado de ações isoladas praticadas por profissionais incompetentes.
“O Congresso vai discutir como acelerar a melhoria da Segurança do Paciente, como tornar os gestores, profissionais de saúde e a população mais conscientes dos riscos existentes nos serviços de saúde e como reduzi-los. Além disso, vamos discutir como evoluir de uma cultura punitiva frente ao erro no cuidado de saúde para uma cultura de aprendizagem”, explica.
O encontro está pautado em cinco trilhas que irão conduzir toda a programação e versam desde a solução e inovação para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente no sistema de saúde, até a Segurança do Paciente como política pública de saúde.
Informações
Evento: 1° Congresso Brasileiro para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente
Local: Hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro
Data: 5, 6 e 7 de junho