As mulheres foram as principais beneficiárias das políticas sociais para a redução da pobreza no Brasil nos últimos anos, segundo a publicação “Mais igualdade para as mulheres brasileiras: caminhos de transformação econômica e social”, produzida pela ONU Mulheres em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e com o Ministério das Mulheres, Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos.
De acordo com o documento, divulgado na segunda-feira (9), as mulheres são maioria entre os beneficiários de programas sociais como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), e tiveram importante inserção no mercado de trabalho formal nas últimas décadas.
De acordo com o censo de 2010, as mulheres são 51 por cento da população brasileira. Nos últimos 30 anos, elas passaram de 26 para 44 por cento do total de ocupados no país, sendo que dos mais de 20 milhões de postos de trabalho formais gerados entre 2003 e 2014, 48 por cento foram ocupados por mulheres.
No entanto, o documento divulgado pela agência da ONU indicou que alguns desafios permanecem. Se, por um lado, as taxas de desocupação das mulheres declinaram de 11,5 em 2004 para 8,4 por cento em 2013, elas ainda estavam entre 59 por cento do total das pessoas desempregadas nesse período.
O estudo mostrou ainda que, em 2009, havia apenas 21 mil 590 microempreendedoras individuais no país, número que subiu para 2 milhões e 100 mil em 2014. Do total de 4 milhões e 400 mil microempreendedores no país, 865 mil 739 eram beneficiários do programa Bolsa Família, sendo que, desse total, 57 por cento eram mulheres.
Na qualificação profissional, as mulheres também foram as mais beneficiadas. Segundo o relatório, entre 2011 e 2014, o público do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) foi majoritariamente feminino, negro e jovem. Do total de um milhão e 700 mil matrículas, 67 por cento eram mulheres. (pulsar/ onu)