A Federação Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), realizaram na manhã desta quinta-feira (28), em Manguinhos, na zona norte do Rio de Janeiro, homenagem aos 11 trabalhadores que morreram em acidentes durante obras para a Olimpíada. Para o representante regional da federação para América Latina e Caribe, Nilton Freitas, é preciso dar visibilidade a um lado dos Jogos Olímpicos que fica oculto.
No evento, foi apresentada uma carta cobrando ao Comitê Olímpico Internacional e ao Comitê Olímpico Brasileiro para que assumam a responsabilidade por essas mortes e se comprometam a implementar normas para a gestão eficiente da segurança. De acordo com Freitas, ocorreram 14 mortes nas obras que antecederam a Copa do Mundo de 2014. Naquele momento, percebeu-se que a maior parte dos acidentes ocorre no final do processo. Então, foi apresentado um Protocolo de Segurança e Saúde no Trabalho às autoridades responsáveis pela Olimpíada, que não teve retorno.
Segundo o representante regional, as fases finais das obras são as que apresentam mais risco de acidentes graves ou fatais, por conta da pressa para conclusão e da realização de trabalhos simultâneos, às vezes por empresas diferentes. Para ele, “A pressão do mandatário ou do dono do empreendimento pode levar ao abandono de algumas regras importantes de segurança.”
A ICM é uma das organizações que realizam campanhas pela implementação da convenção pelo trabalho decente (181) da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A convenção trata do respeito aos direitos no trabalho; de liberdade sindical; da eliminação de todas as formas de trabalho forçado, de trabalho infantil e de todas as formas de discriminação; da promoção do emprego produtivo e de qualidade; da proteção social; e do fortalecimento do diálogo social. (pulsar/brasil de fato)