De acordo com pesquisadora, o rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, ocorrido no final de 2015, em Mariana, Minas Gerais, pode ter relação com o aumento anormal no número de casos de febre amarela no Estado. Parte dos municípios atingidos pelo surto da febre está na trajetória do Rio Doce, afetado pelo rompimento.
Além de ter provocado 19 mortes, os 32 milhões de metros cúbicos de lama despejados deixaram um rastro de destruição pelos 700 quilômetros do rio.
A bióloga Marcia Chame, coordenadora da Plataforma Institucional de Biodiversidade e Saúde Silvestre na Fundação Oswaldo Cruz, explica que com o impacto negativo no ambiente ao longo do rio Doce, a saúde dos macacos que habitam a região foi afetada. Segundo ela, o estresse e a falta de alimentos os tornam mais suscetíveis a doenças.
Apesar de não estar no mapa de áreas de risco para a febre amarela, o Estado do Espírito Santo foi incluído no programa de vacinação emergencial relacionado ao surto desse ano. Há alguns casos suspeitos, alguns em cidades que ficam no curso do Rio Doce, como Baixo Guandu e Colatina.
No entanto, a bióloga afirmou em um post nas redes sociais que “não há dados disponíveis que possam correlacionar a tragédia de Mariana aos casos”. Ela explica que também há relação da degradação ambiental com os surtos em outros estados. A degradação ambiental histórica decorrente da mineração é um exemplo desses fatores. (pulsar/nexojornal)