Em uma mobilização nacional, milhares de estudantes foram às ruas em diversas cidades do Chile na última quinta-feira (16) protestar por melhorias no sistema educacional do país. Segundo os organizadores da marcha, 150 mil pessoas compareceram aos atos, realizados na capital Santiago, e em outras grandes cidades do país, como Concepción, Valparaíso e Antofagasta. Houve confrontos com a força policial e 134 manifestantes foram detidos.
Como acontece todos os anos, abril foi o mês escolhido pelo movimento estudantil chileno para iniciar a agenda de mobilizações. O ano de 2015 será decisivo para os universitários, já que estão previstos para tramitar no Legislativo chileno capítulos referentes à reforma do ensino superior.
As palavras de ordem dos protestos questionavam a medida, aprovada em janeiro, que proíbe a seleção de estudantes em escolas subvencionadas, financiamento educacional subsidiado pelo Estado chileno e também pago, em parte, pelas famílias dos matriculados. De acordo com os organizadores, as mudanças afetarão boa parte das cinco mil escolas subvencionadas do país, que agregam 52 por cento dos estudantes chilenos.
Os números do ato se aproximam do comparecimento às grandes mobilizações de 2011, ano em que os estudantes conseguiram pautar a crise no sistema educacional como tema prioritário na agenda política do país, liderados pela jovem comunista Camila Vallejo, hoje deputada e presidente da Comissão de Educação da Câmara de Deputados. Para Valentina Saavedra, porta-voz da Confederação dos Estudantes do Chile, a jornada desta quinta-feira foi um começo, o movimento quer voltar a fazer política através das ruas, como em 2011, e com mais força. (pulsar/opera mundi)