A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu na última quinta-feira (20) um alerta para o aumento da resistência do vírus HIV aos medicamentos contra a doença, baseado em pesquisas realizadas em diversos países. A organização adverte que essa crescente ameaça poderia prejudicar o progresso global no tratamento e prevenção da infecção pelo HIV, caso não sejam tomadas medidas precoces e efetivas.
O relatório aponta que em seis dos 11 países pesquisados na África, na Ásia e na América Latina, mais de dez por cento das pessoas que iniciaram a terapia antirretroviral apresentaram um tipo de HIV resistente aos medicamentos mais utilizados contra o vírus. Ao atingir o limite de dez por cento, a OMS recomenda que esses países revisem urgentemente seus programas de tratamento do vírus HIV. Os países identificados são a Guatemala, Nicarágua, Namíbia, Uganda, Zimbábue e a Argentina.
Das quase 37 milhões de pessoas que vivem com o HIV em todo o mundo, 19 milhões e 500 pessoas acessaram a terapia antirretroviral em 2016. Segundo a OMS, a maioria dessas pessoas têm se mantido bem, com o tratamento se mostrando altamente eficaz na supressão do vírus. No entanto, um número crescente de pessoas está enfrentando as consequências da resistência aos medicamentos.
Segundo a OMS, o aumento da resistência aos medicamentos contra o HIV pode levar a mais infecções e mortes. Análises sugerem que 135 mil mortes e 105 mil novas infecções podem acontecer nos próximos cinco anos se nenhuma ação for tomada. Os custos de tratamento do HIV poderiam aumentar em 650 milhões de dólares durante esse período.
Em outro comunicado também divulgado nesta quinta-feira pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) mostra, pela primeira vez, que mais da metade de todas as pessoas que vivem com HIV no mundo (53 por cento) agora têm acesso ao tratamento. Além disso, as mortes relacionadas à Aids caíram quase pela metade desde 2005. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil