O advogado Antônio Modesto da Silveira morreu na última terça-feira (22), aos 89 anos, no Rio de Janeiro. Considerado por juristas o advogado que mais defendeu presos políticos e familiares de desaparecidos e sequestrados pelo regime ditatorial brasileiro de 1964-1985, Modesto da Silveira foi eleito deputado federal pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), no Rio de Janeiro, em 1978, e foi um dos articuladores da Lei de Anistia, aprovada no ano seguinte. A causa da morte não foi comunicada pela família.
No início da década de 1970, Modesto da Silveira tornou-se advogado voluntário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e defendeu dezenas de pessoas gratuitamente. Foi membro do Conselho Brasileiro da Defesa da Paz (Condepaz), do Conselho Mundial da Paz (CMP) e da Comissão de Ética Pública do governo federal, entre outras atividades ligadas à defesa dos direitos humanos.
Modesto da Silveira era filho de lavradores sem-terra do interior de Minas Gerais e chegou a trabalhar como operário de pedreira na infância. Concluiu a faculdade de Direito dois anos antes do golpe de Estado no Brasil. Chegou a ser sequestrado pelo Departamento de Ordem Pública – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI – CODI), assim como vários advogados como os ilustres Heleno Fragoso, Evaristo de Moraes, Augusto Sussekind de Moraes Rego, entre outros.
O advogado nunca deixou de atuar nas causas sociais e participou ativamente pela instalação da Comissão da Verdade e pela a abertura dos arquivos da ditadura militar.
O velório será realizado nesta quarta-feira (23), a partir das oito da manhã, na sede da OAB-RJ, Avenida Marechal Câmara, 150, nono andar, no Centro do Rio de Janeiro. (pulsar)
*Informação da Agência Brasil