Baixa expectativa de vida, taxa de assassinatos alarmante, índice de suicídio altíssimo. No início de julho, cerca de 70 índios ocuparam duas fazendas e foram atacados no Mato Grosso do Sul. A antiga e desigual batalha por posse de terras tem de um lado, os fazendeiros, do outro lado, os Guarani Kaiowá.
Entre os anos de 1940 e 1970, eles foram acomodados em pequenas áreas na região, mas o tempo passou e os espaços foram ficando pequenos, sem condições de plantio, pesca e caça. Por isso, no final da ditadura, nos anos 1980, se organizaram para a conquista das terras que lhes eram de direito.
Segundo dados da Comissão, de Direitos Humanos e Minorias, da Câmara, os Guarani Kaiowá são mais de 45 mil, em situação de extrema pobreza. Oitenta por cento das famílias vivem apenas com a cesta básica. Um povo que também convive, de perto, com a violência.
Com base nos relatórios divulgados pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), no Mato Grosso do Sul acontecem mais assassinatos de indígenas do que em todo o resto do Brasil.
Os Guarani Kaiowá vivem em 30 terras e mais 30 acampamentos, o que corresponde a menos de 50 mil hectares. A última área homologada foi em 2005, no governo Lula, com mil e 200 hectares. Organizados em assembleias, os índios têm cobrado incessantemente das autoridades a identificação das terras. o objetivo é que as fazendas tidas como áreas indígenas sejam desocupadas. (pulsar/rba)