Para 81 por cento da população brasileira, a cor da pele influencia em uma abordagem policial. Foi o que mostrou uma pesquisa divulgada na última segunda-feira (8), pela Oxfam Brasil em parceria com o Datafolha. E não é só sobre a violência praticada pela polícia: para 52 por cento dos brasileiros, negros ganham menos por serem negros e 71 por cento acreditam que a justiça é mais dura com pessoas pretas e pardas.
A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 18 de fevereiro e entrevistou duas mil e 86 pessoas. Segundo os idealizadores, o intuito do levantamento é ampliar o debate sobre as desigualdades.
Diretamente relacionada à renda, a cor da pele influencia a decisão de contratação por empresas de acordo com a percepção de 72 por cento dos brasileiros. Dentre os autodeclarados pardos, a concordância é de 71 ´por cento, e dentre os pretos chega a 82 por cento. Entre brancos, 69 por cento declararam concordância total ou parcial com a afirmação.
O levantamento também consultou a opinião sobre gênero e o lugar da mulher na sociedade. A pesquisa mostra que 64 por cento concordam total ou parcialmente que “mulheres ganham menos no mercado de trabalho por serem mulheres”, contra 33 por cento que discordam.
A concordância entre mulheres é maior do que aquela observada entre homens: 69 por cento delas concordam com a afirmação, contra 58 deles.
E aquela ideia de mulher “Amélia” parece que não é mais algo comum na nossa sociedade. Oitenta e seis por cento dos entrevistados discordam da afirmação de que “as mulheres deveriam se dedicar somente a cuidar da casa e dos filhos, e não trabalhar fora”, contra 12 por cento de concordância. (pulsar/carta capital)