A presidente do Chile, Michelle Bachelet, declarou na última terça-feira (8) que as mulheres têm direito a tomar decisões sobre seus próprios corpos. A declaração foi dada em respaldo ao projeto de lei que pretende legalizar o aborto em determinadas circunstâncias no país.
Durante a cerimônia em homenagem ao Dia Internacional da Mulher no Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, Bachelet declarou que o projeto de lei é “um passo histórico para afirmar os direitos das mulheres em todas as áreas, a capacidade das mulheres de tomar suas próprias decisões”.
Em relação às críticas ao projeto, Bachelet disse entender que “diante de um tema como esse podem existir opiniões distintas, todas muito legítimas”.
O projeto de lei que está em tramitação no Congresso chileno prevê a descriminalização e a legalização do aborto em três circunstâncias: inviabilidade do feto, risco para a vida da gestante ou no caso de gravidez decorrente de estupro.
Nos três casos, a medida concede à mulher a liberdade de escolher se interrompe ou não a gravidez. No entanto, a proposta é alvo de fortes críticas por parte dos partidos conservadores, setores da governista Democracia Cristã e grupos que se autodenominam como “defensores da vida”.
O aborto terapêutico foi permitido no Chile por mais de meio século, até que o ditador Augusto Pinochet o proibiu de forma absoluta durante seu regime (1973-1990), tornando-o crime em qualquer circunstância. (pulsar/opera mundi)