Além das notícias de que Temer entregará territórios indígenas para o agronegócio, outro fato preocupante sobre essa população veio à tona na última semana. Um relatório divulgado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) na última quinta-feira (5) apontou que em 2016 ocorreram 735 casos de óbitos de crianças indígenas menores de cinco anos, 106 casos de suicídios e 118 assassinatos de indígenas no Brasil.
De acordo com o relatório anual de violência contra os povos indígenas, o número de índios que tiraram a própria vida aumentou em 18 por cento em 2016, em comparação a 2015. Somente no ano passado 106 índios se mataram, com crescimento expressivo na região do Alto Rio Solimões, que saiu de 13 casos em 2015 para 30 no ano de 2016. A taxa de suicídios entre indígenas já chega a ser maior que em qualquer outro grupo. De acordo com o Ministério da Saúde, no período 2011 a 2015 foram 15,2 suicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, o que representa quase o triplo da taxa registrada entre os não indígenas, de 5,9 para 100 mil.
O relatório do Cimi apontou ainda que a mortalidade entre crianças indígenas de até cinco anos de idade cresceu 18,5 por cento com relação a 2015.
Para o coordenador regional do Cimi, Roberto Liebgott, o aumento da mortalidade de indígenas está diretamente ligado à uma postura de retirada de direitos do governo Temer. Para ele, o governo Dilma Rousseff foi omisso com os indígenas, mas Temer é ainda pior pois adota uma postura “ofensiva” contra essa população.
Ele afirmou que “desde a ascensão do novo governo, o Estado deixa de ser omisso e passa a ser um Estado propositivo na ofensiva contra os direitos indígenas”. Para Roberto Liebgott, “é uma estratégia na perspectiva de desconstruir os direitos que os povos indígenas foram conquistando ao longo desses últimos 30 ou 40 anos”. (pulsar)
*Com informações da Revista Fórum e do Cimi