Pela primeira vez em doze anos, o Seminário LGBT do Congresso Nacional não terá nenhum tipo de divulgação oficial, os convites não serão enviados pela presidência e não haverá qualquer menção ao evento no site oficial da Câmara.
Quem denunciou a “censura” foi o deputado federal Jean Wyllys (PSOL), um dos organizadores da décima terceira edição do Seminário, que esse ano ocorrerá nos dias 20 e 21 de maio e terá como tema “Empatia: a verdadeira revolução”. De acordo com Jean Wyllys, foi Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Casa, quem proibiu a divulgação do evento.
Cunha teria, inclusive, proibido que sejam colados cartazes de divulgação do Seminário pelo prédio do Congresso. O material contém uma foto da cantora Daniela Mercury – que fará a abertura do encontro – dando um “quase beijo” em sua companheira. Apesar da proibição, os cartazes já foram colados e Jean Wyllys garante que não irá retirá-los.
Desde que aconteceu o primeiro Seminário LGBT no Congresso Nacional, há doze anos, essa será a primeira vez que um presidente impõe qualquer tipo de restrição ao evento.
Em dois dias, o encontro contará com a presença, além de Daniela Mercury, de ativistas, intelectuais, políticos e pensadores que vão compor três mesas, discutindo os discursos de ódio em suas mais diferentes expressões, desde o fenômeno das perseguições, bullying e difamação, até aqueles que culminam na agressão física e morte das vítimas, e tem como objetivo propor reflexões que as inibam. O evento é aberto ao público e terá transmissão ao vivo pela internet. (pulsar/revista fórum)