A Tropa de Choque da Polícia Militar reprimiu com violência um protesto de estudantes na noite da última quarta-feira (9), na Praça da República, região central de São Paulo. Após três horas de manifestação, que reuniu pelo menos 15 mil pessoas, segundo os organizadores, os policiais atiraram bombas de gás contra os manifestantes, dispersando o ato.
Três pessoas foram detidas e liberadas em seguida, sendo dois estudantes e um morador da região, que foi agredido com um soco no peito. A ação teria começado quando um grupo se aproximava da sede da Secretaria Estadual de Educação, localizada na Praça da República. Após o ataque, um grupo de manifestantes reagiu ateando fogo em lixo e soltando rojões.
Os estudantes marcharam da Avenida Paulista até o centro em protesto contra o projeto de “reorganização” escolar criado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que pretendia fechar pelo menos 93 escolas e transferir compulsoriamente 311 mil alunos. Eles pediam ensino público de qualidade.
A “reorganização” elaborada sem diálogo prévio com a comunidade escolar desencadeou a ocupação de duas diretorias de ensino, Santo André e Sorocaba, e de 208 escolas, além de uma série de protestos, que também foram duramente reprimidos pela Polícia Militar. Pelo menos 11 estudantes foram presos e um policial atirou contra o prédio de uma escola ocupada.
Após 25 dias de luta dos estudantes, o governador veio a público no último dia 4 anunciar a suspensão do projeto, mas limitou-se a dizer que os alunos vão continuar nas escolas que já estudam e que o governo começará a aprofundar esse debate escola por escola, “especialmente com estudantes e pais de alunos”. Sem garantias do cancelamento do projeto, os estudantes prometem se manter mobilizados, até que o governador cancele definitivamente a “reorganização” e apresente um cronograma de reuniões com a comunidade. (pulsar/rba)