O trabalhador rural identificado como Eliseu Queres foi assassinado na madrugada do último sábado (5), dentro da Fazenda Agropecuária Bauru, conhecida como Fazenda Magali, no município de Colniza, Mato Grosso. O conflito deixou outras nove pessoas feridas, três delas em estado grave. Foi o primeiro assassinato registrado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2019, por conflitos no campo.
A possibilidade do crime foi anunciada e denunciada pelo Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso (FDHT-MT) e pela CPT no estado, no dia 1º de novembro de 2018. Em nota, as entidades alertavam para o eminente conflito na região, onde 200 famílias reivindicam o direito à terra e vivem sob a mira de cerca de 30 pistoleiros.
“Das quase 200 famílias que lá estão sob a mira dos pistoleiros na Fazenda Agropecuária Bauru, algumas são posseiras, outras compraram o direito de estar na terra, e já moram em seus lotes há algum tempo. Produzem e criam animais. São pessoas que apostaram no sonho de construir uma vida com o suor do trabalho. Não podemos deixar que mais um massacre aconteça, que mais uma violência aconteça a estas pessoas que já nasceram vulneráveis e que, por sua condição de pobreza, já nasceram em estado de exceção”, alertaram as entidades naquela data.
De acordo com testemunhas do conflito ocorrido no último sábado, o ataque aconteceu no momento em que algumas pessoas que ocupam a área da fazenda pegavam água na beira do rio Traíra, que é próximo ao acampamento onde estão as famílias. A CPT e o Fórum de Direitos Humanos e da Terra de Mato Grosso (FDHT-MT) estão acompanhando o caso. A expectativa é de agravamento dos conflitos na região. (pulsar/rba)