Entre os dias 6 e 8 de novembro, Belo Horizonte sedia o Canjerê, primeiro Festival de Cultura Quilombola de Minas Gerais. Com o objetivo de reforçar a necessidade de reconhecimento e proteção da cultura tradicional negra, o evento conta com a participação de 60 grupos de 27 cidades do estado. As atividades, organizadas pela Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais (N’Golo), acontecem na Funarte e na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A entrada é gratuita.
Palavra de origem banto, Canjerê contempla significados como dança, festa de negros, reunião de negros para práticas mágicas e muitos outros. Não por acaso, o festival apresenta, além da discussão política, shows com artistas da música afro-mineira, cortejos, feira de artesanato, produção agrícola e culinária.
O festival foi antecedido por dois debates sobre o tema. A discussão da emancipação política e da construção de cidadania dos quilombolas foi o foco de uma conversa que aconteceu na quarta-feira (4), na Faculdade de Ciências Humanas da UFMG.
Outra iniciativa organizada pelo festival foi a mesa de discussão “Mulheres Quilombolas na luta pelo Bem Viver”, que reuniu seis participantes, quilombolas e professoras. De acordo com Fernanda de Oliveira, do Núcleo de Estudos Sobre Quilombolas e Populações Tradicionais da UFMG (NUQ), foi abordada a história de vida delas, que se tornaram lideranças, mesmo em comunidades que dão maior poder ao homem.
Ela explica, ainda, que a ideia era levantar questões de gênero que culminam em demandas para políticas públicas, ações coletivas da N’Golo e trabalhos dentro das próprias comunidades. (pulsar/brasil de fato)