Começou hoje, em Brasília, a Marcha das Margaridas. Realizada a cada quatro anos desde 2000, o encontro é uma ação das mulheres do campo, da floresta e das águas por mais representatividade, participação política e cidadania.
A mulher que dá o nome e inspira as participantes é Margarida Maria Alves. A trabalhadora rural ocupou por doze anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Foi uma defensora da reforma agrária e incentivou as mulheres do campo a se engajarem na luta pelo direito à terra. Em 1983, aos 40 anos de idade, Margarida foi assassinada na porta de casa por pistoleiros armados que atiraram no seu rosto na frente de seu filho e marido.
O encontro que tem como lema neste ano: Margaridas na Luta por um Brasil com Soberania Popular, Democracia, Justiça, Igualdade e Livre de Violência, reúne 100 mil participantes. Marilene Rodrigues Rocha é da direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras de Santarém, no Pará. Ela contou à Pulsar Brasil que é de extrema importância realizar a sexta Marcha dentro do atual contexto político do país.
“Essa pauta traz um grande êxito para nós de lutar contra o processo de retirada [de direitos]. A mulher se empoderar mais na política quando se fala em autonomia, de lutar mais pelos seus direitos, defender a política para as mulheres e toda a sociedade foi uma pauta montada com todo o nosso movimento”, relata.
Amanhã, às sete horas da manhã, um grupo de mulheres sairá do Pavilhão do Parque da Cidade, em Brasília, para marchar em direção à Esplanada dos Ministérios. A Marcha das Margaridas é a maior ação de mulheres da América Latina. (pulsar)