Depois de 50 anos de existência, a Colômbia amanheceu na última terça-feira (27) com seu maior grupo insurgente totalmente desarmado, acontecimento celebrado em um ato simbólico em que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) deixam de ser um movimento rebelde. O evento aconteceu em uma das zonas destinadas à transição e à entrega de armas da organização no município colombiano de Mesetas, uma das regiões de atuação das FARC.
Em uma entrevista ao programa Paz por Lozano – espaço em que se debate o novo pacto social construído na Colômbia -, transmitido pela emissora multiestatal TeleSUR, o membro da fundação “Paz y Reconciliación” (Paz e Reconciliação, em português), Ariel Fernando Ávila, manifestou que o ato dessa terça-feira representa um “dia histórico” para a Colômbia.
Na segunda-feira (26), a Organização das Nações Unidas (ONU) informou, através de um comunicado, que as FARC completaram a entrega de armas aos representantes da organização na Colômbia. O chefe da Missão da ONU, Jean Arnault, saudou a direção do movimento insurgente pelo processo de entrega de armas, pelo significado da ação e por cumprir, após mais de um ano, o objetivo traçado pelo Conselho de Segurança.
A cidade de Havana, em Cuba, foi a sede do acordo entre o governo da Colômbia e as FARC sobre o cessar-fogo bilateral e definitivo; as garantias de segurança e de luta contra organizações criminosas, além da entrega de armas. Agora as FARC iniciam sua atuação dentro dos parâmetros de legalidade do Estado colombiano.
Nas últimas três semanas, o grupo rebelde havia entregue 60 por cento de suas armas à ONU, em duas rodadas. Na última segunda-feira, o grupo terminou a entrega dos 40 por cento de armas restantes à organização internacional, processo que durou uma semana. (pulsar/brasil de fato)