Estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam crescimento de 29 por cento no desmatamento da Amazônia em 2016. No período de agosto de 2015 a julho deste ano, o instituto registrou uma taxa de sete mil 989 quilômetros quadrados de remoção total da cobertura da floresta por corte raso. O país não atingia a marca de sete mil quilômetros quadrados desmatados desde 2010.
O estado do Pará teve três mil e 25 quilômetros quadrados de sua área devastada, o que representa a maior taxa de desmatamento na Amazônia Legal. O Amazonas, contudo, é o estado que teve o maior aumento, com devastação 54 por cento superior à registrada entre 2014 e 2015. Os únicos estados que apresentaram queda nas taxas foram o Acre e Mato Grosso. Mato Grosso é o segundo estado com a maior área desmatada.
O mapeamento mostra ainda que, em comparação a 2004, quando foi iniciado o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia, houve redução de 71 por cento na taxa de corte raso, ou seja, na eliminação de toda vegetação existente sobre uma área. Os dados são registrados por satélite.
Especialistas e integrantes de organizações não governamentais reagiram ao resultado. Para Tasso Azevedo, coordenador do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, o crescimento do desmatamento em 2016 deve representar um aumento de 130 milhões de toneladas de gás carbônico nas emissões brasileiras.
O Greenpeace defendeu mudança nas políticas de combate ao desmatamento. Para a organização, o número é a colheita do que se plantou nas políticas nos últimos anos: anistia a desmatadores no Código Florestal, abandono da criação de áreas protegidas e demarcação de terras indígenas. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil