A Organização Internacional do Trabalho (OIT) liberou para o Chile documentos de seu Comitê de Liberdade Sindical relativos ao período da ditadura, que foi de 1973 a 1990. De acordo com o diretor executivo do Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile, Francisco Estévez, “é um conjunto significativo de arquivos”. Ele lembra que apenas dois países haviam conseguido a liberação desses arquivos – Argentina e Polônia.
Estévez afirma que o museu, criado em 2010, no governo de Michelle Bachelet, busca mostrar os esforços para enfrentar a ditadura dentro e fora do país e para recuperação da democracia. Para ele, os arquivos “vão permitir clarear a história que o país viveu”.
Sobre possíveis revelações de fatos daquele período, o diretor diz que este é o momento em que se abrem as portas e entram os pesquisadores.
A pesquisadora Elizabeth Lira declarou ao museu que alguns desses documentos, aos quais ela teve acesso, mostram estratégias de dirigentes sindicais, com advogados trabalhistas, para defender trabalhadores e sindicalistas torturados ou detidos ilegalmente.
Segundo Estévez, o movimento sindical foi um dos grandes articuladores da mobilização social contra a ditadura chilena, que tentava incentivar um sindicalismo “obediente” ao regime, fechando e perseguindo dirigentes.
A página do museu na internet é www.museodelamemoria.cl. (pulsar/rba)