Pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia divulgaram nesta segunda-feira (22) os resultados de uma extensa pesquisa que examinou a diversidade da representação na indústria de cinema e TV dos Estados Unidos. A conclusão do estudo corrobora os protestos de diversos nomes da indústria nos últimos meses, que têm chamado a atenção para a sub-representação de minorias sociais como pessoas negras e mulheres no cinema e na TV norte-americana: Hollywood “ainda funciona como um clube de garotos brancos e heterossexuais”.
De acordo com Stacy L. Smith, responsável pelo estudo e pela Iniciativa sobre Mídia, Diversidade e Mudança Social da Escola de Comunicação e Jornalismo da universidade norte-americana, não é um simples problema de falta de diversidade. É uma crise de inclusão.
Segundo a pesquisadora, a sub-representação de mulheres, minorias étnicas e pessoas LGBT nos filmes e nas séries de TV de Hollywood reflete a ausência destas pessoas em cargos de liderança e nas equipes de produção da bilionária indústria de cinema e TV norte-americana.
Dos 414 títulos analisados pela pesquisa – 109 filmes lançados em 2014 e 305 séries de TV exibidas entre setembro de 2014 e agosto de 2015 –, cerca de 50 por cento não continham um único personagem de origem asiática e cerca de 20 por cento não continham um único personagem negro.
O recorte de gênero mostra que apenas 33 por cento dos personagens com falas eram mulheres, e somente 28,3 por cento destas não eram brancas – 10 por cento a menos do que a realidade da população norte-americana, alegam os pesquisadores. A desigualdade aumenta com a idade dos personagens no cinema e na TV: entre aqueles com mais de 40 anos, 74,3 por cento eram homens e 25,7 por cento eram mulheres.
Do total de 11 mil 306 personagens com fala analisados, apenas 2 por cento se identificavam como lésbicas, gays, bissexuais ou transgênero. A pesquisa identificou somente 7 personagens trans neste universo – 4 deles eram personagens da mesma série de TV.(pulsar/opera mundi)