O Brasil já contabiliza oito mil 863 refugiados de 79 nacionalidades. De acordo com relatório divulgado na última terça-feira (10) pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare) do Ministério da Justiça (MJ), nos últimos cinco anos as solicitações de refúgio no Brasil cresceram dois mil 868 por cento, passando dos 966 casos registrados em 2010, para 28 mil 670 em 2015.
Segundo o Ministério da Justiça, mais de 80 mil solicitações de refugiados já foram feitas no Brasil. A absoluta maioria é de pedidos feitos por homens, o que corresponde a 80,8 por cento do total. As faixas etárias que mais solicitaram refúgio no país são as que se encontram economicamente ativas. Foram 40 mil 369 solicitações na faixa compreendida entre 18 e 29 anos; e 39 mil 081 solicitações na faixa entre 30 e 59 anos. As solicitações foram feitas principalmente por haitianos, senegaleses, sírios, bengaleses [de Bangladesh] e nigerianos.
Segundo o relatório, o maior número de reconhecimento de refugiados foi de sírios, que já somam dois mil 298 refugiados reconhecidos no Brasil. Em segundo lugar estão os angolanos, com mil 420 reconhecimentos; seguidos de colombianos, com mil e 100; congoleses, com 968; e palestinos, com 376. A liderança da Síria nesse ranking se deve à guerra que já levou cerca de cinco milhões de habitantes do país a buscar refúgio em outras regiões do mundo.
O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, afirma que se o Brasil deseja se tornar um dos protagonistas do planeta, precisa dar sequência às iniciativas de receber refugiados. Com o possível afastamento da presidenta Dilma Rousseff no processo de impeachment, Aragão defende que a abertura do Brasil seja mantida como uma política de Estado. (pulsar/rba)