A maior parte dos brasileiros se declara favorável ao aumento de impostos no país desde que seja aplicado apenas aos “muito ricos” para financiar melhorias nas áreas de educação, saúde e moradia, segundo dados da pesquisa Oxfam Brasil/Datafolha, lançada nesta quarta-feira (6).
Para 71 por cento dos entrevistados, é preciso desonerar a classe média e os mais pobres em prol de uma maior tributação da renda dos “muito ricos”. Além disso, 72 por cento apoiam a redução da carga indireta de impostos (aqueles cobrados sobre o consumo) e aumento da carga direta (sobre renda) para as pessoas de altíssima renda.
A forma de desigualdade mais percebida pela população é a de renda: 91 por cento dos entrevistados concordam que, no Brasil, “poucas pessoas ganham muito dinheiro enquanto muitos ganham pouco”.
A Oxfam Brasil considera os “muito ricos” como aqueles pertencentes ao 0,1 por cento da população, com ganhos a partir de 80 salários mínimos mensais.
A pesquisa do Oxfam Brasil/Datafolha ouviu duas mil e 25 pessoas em todo o país, em agosto de 2017.
O resultado do levantamento ganha ainda mais força à luz de dados como os da Receita Federal, que apontam que os muito ricos brasileiros têm grande isenção de impostos. O grupo que compõe o 0,1 por cento da população brasileira tem 66 por cento de isenção de impostos. Já a classe média (que recebe entre três e 20 salários mínimos), tem apenas 17 por cento de isenção, em média. (pulsar/revista fórum)