Devido ao conflito fundiário entre índios guarani-kaiowá e fazendeiros no Mato Grosso do Sul, o Ministério da Justiça pode reforçar a presença da Polícia Federal e da Força Nacional no estado. A informação é do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, que participou na última segunda-feira (21) de um evento no Museu do Índio, no Rio de Janeiro. De acordo com ele, é mais difícil ampliar a presença do Exército, porque isso depende de decisão da Presidência da República, enquanto que a Polícia Federal e a Força Nacional são subordinadas ao Ministério da Justiça, assim como a Funai.
Gonçalves da Costa confirmou que no último sábado (19), por volta das cinco horas, um grupo com cerca de 15 guaranis, inclusive jovens e crianças, foi agredido na região da cidade de Iguatemi, próximo à fronteira com o Paraguai e à divisa com o Paraná. Segundo ele, os índios foram esmurrados e amarrados.
O líder indígena Akiaboro Kayapó, de Moikaraku, no Pará, afirmou que só este ano, 16 índios foram mortos nos confrontos com os fazendeiros de Mato Grosso do Sul.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participou de uma reunião em Campo Grande, no começo do mês, para mediar o conflito, e disse que o governo federal vai atuar nas negociações. De acordo com Gonçalves da Costa, está sendo aberta uma mesa de negociações para definir terras indígenas a fim de evitar confrontos.
Segundo o presidente da Funai, os estudos para as demarcações das terras indígenas vão continuar, e já foram reativados grupos de trabalho que estão indo a campo fazer o levantamento das áreas. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil