Um conflito que já soma diversas mortes e persiste há décadas, a luta dos povos originários pela demarcação de terras no Mato Grosso do Sul (MS) se intensifica a cada dia. Enquanto o estado é um dos que mais crescem economicamente, em decorrência do avanço do agronegócio, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) a violência e número de assassinatos de índios é o maior do país.
Segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul, a produção agrícola do estado cresceu mil 493 por cento desde a safra 1977/78, passando de menos de um milhão de toneladas para mais de 15 milhões previstas para a safra 2014/15. A área destinada ao plantio de grãos também aumento consideravelmente – 191 por cento no mesmo intervalo.
Ao mesmo tempo, desde 2003, o Mato Grosso do Sul é o estado com maior número de assassinatos de índios. No ano passado, segundo o Cimi, 25 dos 70 casos registrados aconteceram no estado.
De acordo com Sônia Guajajara, coordenadora Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o estado é majoritariamente ruralista e praticamente todas as fazendas estão em territórios tradicionais indígenas. Sônia afirma que a situação atual é um erro do próprio Estado brasileiro, que doou estas terras para os fazendeiros durante a ditadura. Para ela, hoje há um conflito intenso porque os indígenas começaram a lutar pela retomada dos territórios. (pulsar/brasil de fato)