Desde os protestos de 2013, já são 300 casos de violência contra jornalistas em manifestações de rua, segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Do total de casos nesses três anos, Aproximadamente 25 por cento deles foram praticados por manifestantes e 75 por cento por policiais, guardas municipais e seguranças privados.
São inúmeros os casos em que policiais apreendem equipamentos e celulares e apagam ou obrigam a apagar conteúdos, como fotos e vídeos. Para a ONG Artigo 19, que defende a liberdade de expressão, trata-se de uma prática condenável. Para o pesquisador da organização, Thiago Firbida, a prática é comum, mas é uma arbitrariedade.
Para a Artigo 19, também preocupa o posicionamento da Justiça nas ações de violência contra jornalistas, como no caso do fotógrafo Sérgio Silva, que perdeu o olho esquerdo ao ser atingido por uma bala de borracha atirada por um policial em uma manifestação, e foi considerado culpado por ter se exposto ao risco.
Firbida afirma que, além de ser injusta, a decisão é “perigosíssima” para a liberdade de expressão, porque a falta de punição pode legitimar a reprodução de ações violentas por parte das forças de repressão. (pulsar/rba)