Na última quarta-feira (24) ativistas de movimentos negros criticaram a baixa quantidade de vagas que serão reservadas na Universidade de São Paulo (USP) para estudantes autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI) que tenham estudado todo o ensino médio em escolas públicas. No total, serão destinadas ao grupo 225 ou 2 por cento das 11 mil e 57 vagas que a universidade abrirá em 2016.
Para Douglas Belchior, da União de Núcleos de Educação Popular para Negras, Negros e Classe Trabalhadora (Uneafro), a USP é um espaço de privilégio e continua sendo uma ilha de exceção. Segundo ele, a prova concreta está no conteúdo da proposta da universidade, que estabelece o acesso para um percentual ínfimo.
O número de vagas que serão destinadas ao grupo PPI foi decidido independentemente por unidade da universidade e aprovada terça-feira (23) pelo Conselho Universitário da instituição. Assim, enquanto o curso de marketing da USP Leste vai reservar 10 por cento de suas vagas para o grupo, outras unidades, como a Faculdade de Medicina, não farão nenhum tipo de reserva.
Dos 151 cursos que serão oferecidos pela USP em 2016, em apenas treze haverá reserva de vagas para pretos, pardos ou indígenas: bacharelado em sistemas da informação, licenciatura em ciências da natureza, educação física e saúde, gerontologia, obstetrícia, saúde pública, psicologia, bacharelado em têxtil e moda, bacharelado em lazer e turismo, bacharelado em gestão ambiental, gestão de políticas públicas,marketing e relações internacionais.
As vagas serão preenchidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, que leva em conta as notas obtidas pelos alunos no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). (pulsar)
*Informações da Agência Brasil