A situação das mulheres encarceradas, no Brasil, será debatida em evento realizado na noite desta quarta-feira (30) na Casa Mafalda, na zona oeste de São Paulo. O evento integra a Semana de Luta Contra a Violência do Estado, organizado por movimentos sociais, coletivos, artistas, ativistas e familiares de vítimas da violência estatal.
Para Rafael Presto, membro do Coletivo de Galochas e do Coletivo DAR, dois dos grupos que organizam a Semana, o objetivo dos debates, que vão até o próximo sábado (3), é deixar claro que a violência estatal não se trata de desvio ou descuido, por parte das instituições, mas faz parte de um projeto político que atende aos interesses de setores da sociedade.
Segundo Presto, nos últimos 12 anos, o número de homens adultos presos no país aumentou 130 por cento. Para as mulheres, esse aumento foi de 256 por cento, e elas estão ainda mais expostas a abusos e a falta de cuidados essenciais.
Em continuação às atividades da Semana, na sexta-feira (2) um ato público lembrará os 23 anos do Massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos. A manifestação terá a participação das Mães de Maio e de parentes de vítimas de outras chacinas, em São Paulo e no Rio. A atividade terá concentração no Largo São Francisco, no centro, a partir das cinco horas da tarde.
A Semana de Luta Contra a Violência do Estado teve início no último sábado (26), em uma ação que lembrou os 43 estudantes desaparecidos na cidade de Ayotzinapa, no México, após ação policial, em setembro do ano passado, enfatizando que a repressão estatal é um problema global.
Outro tema que preocupa é a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos. Para Rafael Presto trata-se de mais uma tentativa de criminalizar a juventude periférica. (pulsar/rba)