No primeiro trimestre de 2017, cinco pessoas foram mortas por policiais militares no estado de São Paulo a cada dois dias. O número total de mortes chegou a 459 este ano e é o maior dos últimos 14 anos, um recorde na comparação com os primeiros seis meses dos anos anteriores. Em contrapartida, 30 policiais foram mortos no primeiro semestre deste ano, o menor número da série histórica, que se iniciou em 2001. O levantamento foi realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a partir de um compilação dos dados mensais da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e dos dados de mortes cometidas fora de serviço por PMs.
Para o pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, David Marques, os dados revelam que o governo estadual se utiliza de uma estratégia de violência para conter a violência. Ele pondera que “Não é verdade que as pessoas têm mais segurança porque os policiais estão matando mais”.
Segundo o pesquisador, a alta letalidade em ações da PM não atinge a sociedade de forma homogênea: “Está relacionada com o perfil de jovens, negros e pobres e em territórios específicos, periferias e algumas áreas centrais.”
Para o tenente-coronel de reserva da PM e pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), Adilson Paes de Souza, a letalidade da polícia é uma política de Estado. Segundo ele, os policiais se sentem livres para atirar. (pulsar/brasil de fato)