Os dados nacionais da Conta da Saúde no Brasil mostram que as despesas privadas com o setor são maiores do que as despesas públicas, apesar de as pesquisas anteriores já terem mostrado que mais de 70 por cento da população depende do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2015, o consumo final de bens e serviços de saúde foi de mais de 500 bilhões de reais, o que representa 9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). Entretanto, desse montante, os gastos do governo correspondem a cerca de 4 por cento do PIB e o das famílias, pouco mais de 5 por cento. As informações foram divulgadas, nesta quarta-feira (20), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados englobam a Conta da Saúde entre 2010 e 2015.
O pesquisador do IBGE Ricardo Moraes explica que a fatia maior do gasto proveniente das famílias já vinha sendo observada em outros períodos analisados. Ele detalha que, diferentemente de outros gastos, o montante destinado à saúde continuou crescendo mesmo no último ano abrangido pelo estudo, o de 2015, caracterizado pela crise.
As contas do governo também seguem a mesma linha. Em 2015, enquanto os outros gastos, como educação e a administração pública, tiveram queda, a saúde manteve a trajetória de crescimento, embora menor e abaixo do crescimento da população.
O consumo das famílias de serviços de saúde, incluindo planos de saúde privados em relação ao PIB, cresceu um ponto percentual entre 2010 e 2015. Enquanto o do governo cresceu menos de meio ponto percentual. Os dados mostram também o crescimento do subsídio do governo no programa Farmácia Popular no período. O montante transferido para farmácias particulares para pagar por medicamentos adquiridos gratuitamente ou com valor subsidiado para a população subiu de 238 milhões de reais, em 2010, para 2 bilhões e 800 milhões de reais, em 2015. Os dados não incluem os anos de 2016 e 2017, quando o programa começou a sofrer cortes.
A pesquisa mostra ainda o crescimento dos postos de trabalho no setor da saúde. Após queda de postos em 2014, a saúde pública proporcionou maior crescimento, com quase 7 cento de aumento, enquanto no setor privado o índice foi de 3,8 por cento. Com isso, a participação da saúde no total de postos de trabalho do Brasil passou de 5,3 cento das ocupações em 2010 para 6,4 cento em 2015.(pulsar)
*Informação da Radioagência Nacional