No dia 25 de novembro, o governo federal realizará o leilão de 29 usinas hidrelétricas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O Ministério de Minas e Energia pretende arrecadar 17 bilhões de reais com a venda das usinas, que detém seis mil Megawatts de potência instalada. Comparativamente, o leilão equivale à meia Usina Hidrelétrica Belo Monte – que prevê 11 mil 233 Megawatts de potência instalada e valor de 30 bilhões de reais previstos na sua construção.
As hidrelétricas foram construídas há mais de 30 anos e pertencem, até o leilão, às companhias estaduais de energia de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Todas elas ficaram sem contrato de concessão a partir de 2013, após a recusa dos governadores Antonio Anastasia (PSDB), Beto Richa (PSDB), Raimundo Colombo (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB) à renovação proposta pela MP (Medida Provisória) 579, de autoria da presidenta Dilma Rousseff.
A medida propunha a renovação antecipada dos contratos de hidrelétricas com vencimento entre 2015 e 2017, e automático barateamento do valor da energia. Na época, essa mudança resultou na diminuição de 16 por cento nas contas de luz dos brasileiros.
Para o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Gilberto Cervinski, a decisão faz parte de uma política energética equivocada adotada pelo governo nos últimos meses. Cervinski também alerta que a medida pode enterrar de vez qualquer tentativa de industrialização no país. Para ele, a energia cada vez mais cara pode causar recessão e gerar desemprego.
Antes dos três aumentos desse ano, o Brasil já ocupava a 6ª posição no ranking dos países com maiores tarifas de energia elétrica do mundo, de acordo com a lista divulgada o início do ano pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. (pulsar/brasil de fato)