As centrais sindicais aprovaram na última segunda-feira (29) a realização de uma nova greve geral, contra as reformas e o governo Temer, no final de junho, em data a ser definida entre os dias 26 e 30. Embora alguns defendam 48 horas, o mais provável é que seja escolhido apenas um dia. A decisão deve sair na próxima segunda-feira (5), quando os dirigentes voltarão a se reunir, em São Paulo. Eles prometem um movimento mais amplo que o registrado em 28 de abril.
A data exata da greve deve acompanhar o calendário das reformas no Congresso. Além da nova paralização, os sindicalistas mantêm as manifestações nas bases eleitorais de deputados e senadores. Algumas centrais deverão fazer ato diante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na próxima terça (6), data prevista para o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer.
O projeto da reforma trabalhista (PLC 38) foi o primeiro item da pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (30). Na semana passada, a sessão terminou com briga entre parlamentares. O presidente do colegiado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), deu como lido o relatório de Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e concedeu vista coletiva, o que permite a votação do projeto. A oposição contesta. Duas senadoras, Gleisi Hoffman (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), apresentaram questões de ordem contra a tramitação.
A estimativa é de que cerca de 40 milhões de brasileiros pararam o País na greve geral de 28 de abril. Muitos foram alvo de forte repressão policial. Entre as dezenas de categorias que aderiram ao dia nacional de paralisação nos mais diversos ramos da economia, estiveram transporte, escolas, bancos e indústria. Também aderiram à greve os bancários, metalúrgicos, comerciários, eletricitários, químicos, petroleiros e trabalhadores de saneamento básico e dos Correios. Os servidores públicos das demais áreas, inclusive do Judiciário, aderiram à paralisação em todas as capitais e dezenas de cidades. (pulsar/rba)