Pescadores artesanais do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, realizaram, na manhã desta terça-feira (31), um ato público para denunciar danos ambientais causados pela nova obra de dragagem na parte interna do Complexo Industrial do Porto de Suape. Segundo os pescadores, a intervenção no porto também vai trazer prejuízo à atividade pesqueira na região. O grupo saiu da Ilha de Tatuoca às nove horas da manhã e seguiu para a praia de Suape.
A obra vai aprofundar o canal interno de acesso ao Estaleiro Vard Promar e ampliar o complexo de estaleiros navais instalados no Porto. De acordo com pescadores, a obra prevê também a remoção de bancos de marisco da espécie maliocardia brasilianai. Atualmente, 80 pescadoras trabalham na região. O grupo solicitou a intervenção urgente do Ministério Público Federal (MPF) no último dia 18, alegando a falta de diálogo com o Complexo de Suape.
O ato foi organizado por membros da Associação dos Pescadores e Pescadoras Profissionais em Atividade do Cabo de Santo Agostinho, da Associação dos Moradores da Ilha de Tatuoca e da Colônia de Pescadores Z-08 do Cabo e apoiado pelo Conselho Pastoral dos Pescadores do Nordeste.
Por meio de nota, o Complexo Industrial do Porto de Suape esclarece “que a obra de alargamento do canal de acesso ao Estaleiro Vard Promar é imprescindível, pois garante a segurança na navegação e a viabilidade operacional da área”. Ainda segundo o texto, as licenças necessárias já foram obtidas através da CPRH, sob o número 04.17.10.003543-4, e têm validade para 18 de outubro de 2018. (pulsar/combate ao racismo ambiental)