A Superintendência Regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Paraná, junto ao Governo do Estado e Polícia Militar, conduziu acordo entre a comunidade quilombola Paiol de Telha e a Cooperativa Agrária, realizado no último final de semana em Guarapuava e Reserva do Iguaçu (PR). As famílias que ocupavam uma área de dois hectares de propriedade da empresa permanecem no local como forma de pressionar pela titulação do território quilombola.
Apesar de o território ainda não estar titulado, as famílias poderão produzir em uma pequena área de 10 hectares. O acordo foi feito de forma pacífica entre os quilombolas e a Cooperativa Agrária. Desta forma, o grupo não correrá mais risco de ter sua liberdade cerceada e sairá da condição desumana em que se encontrava nas margens da rodovia.
O superintendente do Incra no Paraná, Nilton Guedes, afirma que o órgão e a comunidade trabalham para que a titulação do território aconteça o mais breve possível.
Em maio deste ano, as famílias ocuparam inicialmente cerca de dois hectares da propriedade, onde ficava a sede abandonada de uma fazenda. A comunidade solicitou que houvesse acordo para que não sofressem reintegração de posse e que pudessem ocupar a área referente a uma matrícula com 170 hectares. O acordo foi assegurado pelo Incra, Polícia Militar e Governo do Estado.
A Cooperativa Agrária, proprietária das terras, alegou que as áreas estão arrendadas e já houve financiamento da próxima safra, a ser colhida em meados de outubro. O Incra liderou uma negociação entre as partes e a empresa concordou em autorizar a permanência das famílias em 10 hectares. (pulsar/combate racismo ambiental)